Galera, não vou perder muito tempo de blablabla hoje. A parada é simples: VOEM DE ASA DELTA!
Curtam o vídeo com os melhores momentos!
Se animaram pra voar? Esse é O CARA:
Chico (Instrutor de Voo) :
21.7813.8821 / chico@goup.com.br
Galera, não vou perder muito tempo de blablabla hoje. A parada é simples: VOEM DE ASA DELTA!
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Se animaram pra voar? Esse é O CARA:
Chico (Instrutor de Voo) :
21.7813.8821 / chico@goup.com.br
Fui dormir as 5 e meia da manhã e acordei as 9 e meia, com minha tia chegando aqui em casa. Achei melhor mesmo levantar para poder já me habituar com o novo fuso! Fiquei em casa desarrumando as malas e curtindo um pouco a família. Logo depois do almoço resolvi ir na academia para me matricular.
-Caralho, que sol é esse? Que que eu tô fazendo em casa?
Voltei rapidamente, meti minha sunga, fiz uns contatos e FUI! Na metade do caminho pra praia, uma blitz. Po, não tenho cara de ladrão, não vão me parar!
-Encosta!
Lei de Murphy, mas vamos lá. É só entregar o documento do carro e a habilitação. Pronto.
-Documento do carro e habilitação.
-Tá aqui o documento. Vou pegar a habilitação na minha carteira. Ué, a carteira tinha que estar aqui…
-Sr., cadê a vistoria 2010?
-Não está ai?
Já peguei meu cel e liguei pro meu pai. Descobri que realmente a vistoria de 2010 não tinha sido feita. Enquanto falava, descobri também que sai com tanta pressa que esqueci a habilitação. Fudeire, chefe!
-Amigo, to sem a habilitação aqui. E a vistoria 2010 não foi feita mesmo. Mas é que cheguei hoje de Angola e não sabia. E a carteira esqueci em casa mesmo. Você sabe…
-Seja bem-vindo, mas vou ter que te multar e rebocar seu carro!
Convenci o policial de esperar meia hora. Nem mais um minuto, ele disse. Na hora pensei: será que esse policial vai querer me prender também? Já basta ter sido preso no estrangeiro!
Meu pai foi lá “negociar” com os policiais e levar o outro carro que estava ok. Droga, estava perdendo aquele sol.
Beleza, depois de uma meia hora me liberei e segui meu caminho. O sol escaldante!
Cheguei na praia e, assim que coloquei o pé na areia, uma nuvem gigante resolveu ficar bem na frente do Sol. Tinha tanto lugar no céu pra ela ficar, porra! Ainda pensei que o Sol ainda ia conseguir se mostrar pra mim, mas nada.
Sério, não deu 15 minutos e senti um pingo.
- Por favor, alguém cuspiu em mim né?
Não, era chuva mesmo. Não demorou mais 15 minutos e desabou um toró “daqueles”.
Existe melhor maneira de ser recebido? Quanta hospitalidade!
O ba-fa-fá e o disse-me-disse estava rolando solto no saguão de embarque:
-Ih, não sai hoje não.
-Sai sim, mas sai lá pelas 2 da madrugada!
-Olha, ouvi dizer que a TAAG fretou um avião da Euro Atlantic para fazer esse voo!
E eis que um avião exatamente da Euro Atlantic Airways aparece no pátio, reinando absoluto na pista do aeroporto. As pessoas começaram a festejar, bater palmas! Viu, não disse?? Aquele avião seria a nossa salvação!
O tempo passou, aquela excitação diminuiu e nada de embarque. Começaram novos boatos:
-Parece que a TAAG ainda não pagou a empresa.
-Não, estão com problemas de manutenção!
Eu já não aguentava mais. Eram 19h, eu já estava a 12 horas naquele aeroporto!
Só que, de repente, começa uma movimentação. Várias pessoas se levantando, pegando suas malas. Fiquei atento. E veio, de novo, a voz sedutora eletrônica, dessa vez com uma boa notícia:
-Senhores Passageiros do Voo TAAG DT 741, favor dirigirem-se ao Portão 3, para embarque imediato.
ALELUIA!
A verdade é que o embarque não foi imediato. Ainda esperei mais quase 2 horas até entrar no bendito avião! Arrumei minhas malas de mão no bagageiro e sentei. Não necessariamente minha ida estava garantida. No voo do dia anterior simplesmente sobraram 6 pessoas em pé dentro do avião. E elas tiveram que sair da aeronave. Imagina? Daqui eu não saio, daqui ninguém me tira.
Mas graças a Deus não aconteceu isso. Teve lugar pra todo mundo! Certinho, não sobrou nenhum banquinho se quer, mas teve! E, o que é ainda melhor, o avião foi fretado com a tripulação inclusa: ou seja, não precisei aturar as dinossárias da TAAG.
Quando o avião começou a taxiar, mais uma salva de palmas do povo. Dessa vez até eu entrei no clima! Com o tempo, aquele frenesi foi diminuindo e eu me perguntei: Mas que empresa é essa? Nunca tinha ouvido falar nessa tal de Euro Atlantic. Rodrigo, dane-se. Não é hora pra isso.
Finalmente, as 21:30, ouço do piloto: “Tripulação, preparar para descolagem!”
O voo acabou sendo “tranquilo”. Eu estava morto mas não consegui relaxar. Queria chegar logo, obviamente.
E, depois de 23 horas de espera, 10 horas de atraso, 8 horas de voo e 3 horas de fuso, finalmente CHEGUEI!
[E esse post “continuou”, conforme prometido, do meu querido Rio de Janeiro!]
E o tão esperado dia de voltar pro Brasil para mais um período de férias chegou.
Final de ano aqui em Luanda é um caos para ir pro Brasil, principalmente pra quem se aventura a ir de TAAG. Além da falta de preparo da empresa para lidar com momentos de maior demanda, rola um “terrorismo”. Dizem que a própria TAAG põe lenha na fogueira. Para que? Existem várias respostas e na verdade acho que acaba sendo um pouco de todas elas. É fato que o aeroporto vira praticamente um pregão da Bolsa de Valores, onde volta e meia rola uma disputa de “quem paga mais para viajar!”. Simplesmente quem não tem reserva acaba querendo “comprar” os funcionários da TAAG. E diz a lenda que conseguem, facilmente! Por isso que muitos voos ficam com overbooking e o aeroporto fica parecendo com a Central do Brasil, as 6 da tarde, no Rio. Outro motivo é o fato de, com a incerteza de não conseguir embarcar, alguns passageiros preferirem trocar o bilhete de Econômica para Executiva ou Primeira Classe. As chances de voar aumentam consideravelmente e a conta bancária da TAAG agradece!
Ontem passei o dia no celular tentando confirmar a saída do meu voo. O desencontro de informações reina.
-Sr., seu voo foi cancelado.
-Sr., seu voo foi adiado para as 15h.
-Sr., não temos no nosso sistema nenhuma informação.
Na dúvida, preferi vir pro aeroporto no horário original e “seja o que Deus quiser”.
Cheguei as 7 da manhã e tão logo entrei no saguão, ouvi da voz eletrônica feminina que tenta seduzir a gente quando dá notícias ruins:
-Passageiros do Voo TAAG DT650, este voo está atrasado. Está atrasado em… em… 24 horas!
Senti o embargo na voz da mulher. Ela quando leu deve ter pensado: isso é não atrasar, isso é adiar!
Meu corpo retesou, mas, por sorte, este voo não é o meu. Este vai para Lisboa (e será que vai mesmo?).
Encontrei com o despachante que “ajuda” ($$$) a minha empresa aqui no aeroporto e passei a missão adiante. Pelo menos tive a mordomia dele fazer meu check-in. Fiquei sentado no carrinho de bagagem e vi de tudo: criança chorando, cachorro latindo, chinês fedendo, brasileiro reclamando e angolano se divertindo.
Check-in feito, confirmei o novo horário do voo. De 11:30, foi alterado para as 19:15. Isso já eram quase 14h! E agora? Fico aqui ou volto pra casa? Como diz o outro: está no inferno, abraça o capeta! Resolvi esperar aqui mesmo. Até porque vai que eles resolvem antecipar o voo? Não, perder o voo não é uma hipótese!
Agora são 17:30 e já tomei café da manhã, já li um livro inteiro, já fiz amizades de 5 minutos, já fiz inimigos pra uma vida toda, já almocei, já falei sozinho, já cochilei, já trabalhei… e agora estou olhando pela janela da sala de embarque e nem sinal de avião no pátio.
Mas não importa, se eu conseguir embarcar hoje, seja lá qual for o horário, estou feliz.
[Continua, mas não sei quando, nem como!]
Sinceramente esse foi o subemprego que qualquer um pediu a Deus. Um excelente salário, diversão durante o trabalho, guloseimas a vontade, novos amigos… e o melhor: passei a entender e falar melhor o Espanhol. Vai se comunicar com uma criança de 2 anos, em espanhol!! Treinei meu ouvido, cara!
Eu, amigas e as Guloseimas, mais conhecidas em Espanha como Las Chuches!
Não satisfeito, ainda tem mais: acabei viajando por alguns lugares da Espanha por conta da Casa de Festas. Não só da Espanha, fui até algumas cidades de Portugal. E o melhor: ganhando por isso!
Em La Guardia, fronteira com Portugal, a “trabalho”!
Nas festas que fiz, algumas crianças marcaram! Teve uma menininha, a Rocío, que acabou se apaixonado por mim. Ela tinha uns 8 anos e quase toda semana ia em uma festa comigo. No dia que eu falei pra ela que eu ia embora pro Brasil, ela chorou, foi no jardim e trouxe uma florzinha pra mim. Acreditam?
A última festa que eu fiz foi do Dani, um mulequinho gente boa que de tanto ir nas festinhas já me chamava pelo nome! Saudades daquelas crianças…
A última festa! Olha a cara de danado do Dani!
-Tá, mas tem que ter a parte ruim!
Sim, óbvio que como qualquer trabalho, tinha a parte ruim: aturar as crianças desobedientes, fazer papel de babaca quando dançava a dancinha do Frango, balançando a busanfa pra lá e pra cá, levar as crianças ao banheiro para fazer “popô”, limpar o nariz das catarrentas, calçar e descalçar o sapato das chulezentas… E quando as crianças eram um pouco mais velhas, elas ainda me davam esporro:
-Não é assim que fala, tio. Hummmm, não sabe nada. Aiiii, que burro. De onde você é?
No início eu ficava puto e confesso que as vezes aprontava alguma maldade com as criancinhas. Descontava a raiva empurrando elas no pula-pula, pois eu sabia que não ia doer tanto! Mas depois acabei me aproveitando da situação de “falar estranho”. Uma das brincadeiras que eu fazia com a mulecada era para descobrirem de onde eu era! Elas se amarravam! Tinham umas crianças sem noção que diziam: China! Porra, ai não né!
Depois de descobrirem que eu era do Brasil, fazia a segunda brincadeira: eu falava uma palavra em português e elas tinham que descobrir o que era! Eram sempre as mesmas brincadeiras. E o pior: eram quase sempre as mesmas crianças! Teve um dia que uma delas disse:
-Tio, você já fez essa brincadeira comigo!
Tive que jogar ela no pula-pula.
Depois de tudo isso, alguém ainda tem coragem de dizer que eu tirei férias por 6 meses na Europa?
[Fim]
Espanha : La Coruña : Mas que vida boa!
Capítulo I – Mas que vida boa?!